Enfrentar dificuldades relacionadas a dinheiro vai muito além do aspecto financeiro. Afeta relacionamentos interpessoais, reduz a produtividade no trabalho e pode impactar a saúde física e mental. Em alguns casos, leva ao quadro de estresse financeiro. Você já ouviu falar disso?
Não se trata apenas da falta de dinheiro. As dificuldades acometem pessoas de todas as classes sociais, que sofrem com a desorganização nessa área da vida.
No Brasil, as finanças causam estresse em 58,4% da população. É o que aponta uma pesquisa feita pelo Banco Central em parceria com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) em 2021.
Veja, a seguir, o conceito de estresse financeiro, as principais causas, os possíveis sintomas e as nossas dicas para combater esse mal.
O que é estresse financeiro?
O Financial Health Institute (Instituto de Saúde Financeira), dos Estados Unidos, define estresse financeiro como “uma condição que é o resultado de eventos econômicos que criam ansiedade, preocupação ou sensação de escassez e é acompanhada por uma resposta fisiológica”.
Assim, conforme o estresse financeiro aumenta, o estado de saúde financeira da pessoa diminui, criando um efeito prejudicial na saúde física também.
Sintomas
O estresse nem sempre é algo ruim. “Trata-se de uma defesa natural do organismo mediante perigo e ameaças”, pondera a psicóloga da FHE POUPEX Ana Helena Guimarães. “Devemos tomar cuidado quando esse estresse é recorrente”, alerta.
A preocupação em excesso predispõe ao aumento de cortisol e adrenalina, que são hormônios do estresse, na corrente sanguínea.
De acordo com Ana Helena, alguns sintomas possíveis são ansiedade, insônia, taquicardia, tristeza, irritabilidade, cansaço e dor de cabeça.
Causas
Uma crise econômica nacional ou internacional pode ser o gatilho para o quadro de estresse financeiro, mas também existem diversas causas pessoais.
Quem tem renda variável, por vezes, perde o sono com medo de não conseguir pagar as contas do mês ou não conseguir manter o padrão de vida.
Para profissionais da iniciativa privada, há o temor de ser demitido ou, no caso de autônomos e empreendedores, de perder clientes.
A velhice também assusta, quando a pessoa se dá conta de que não está preparada para viver bem os anos vindouros.
Outros motivos de estresse são dívidas descontroladas e a incapacidade de realizar sonhos por nunca ter dinheiro suficiente.
Então, o que fazer para evitar o estresse financeiro?
A palavrinha mágica é planejamento. Liste fontes de renda, despesas e dívidas. Faça planilhas ou anote do jeito que achar mais prático. Envolva a família no tema e organize-se para reduzir gastos, quitar débitos e poupar mais.
Algumas outras dicas:
- Estude sobre educação financeira.
- Busque autoconhecimento: preciso mesmo disso? O que eu quero para a minha vida?
- Compartilhe as angústias: converse com um amigo, um familiar ou um psicólogo.
- Faça sua reserva de emergência.
- Defina metas realistas com prazos e valores.
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