Previdência complementar: uma proteção a mais na aposentadoria

21 nov 2023 Atualizado em 17 abr 2024

Planejar um futuro financeiramente seguro é importante para ter conforto e qualidade de vida. Nesse contexto, a previdência complementar se apresenta como uma aliada estratégica. Ela ajuda a manter o padrão de vida durante a aposentadoria, para além do valor garantido pela Previdência Social. 

Com o apoio do consultor em previdência e atuário Daniel Pereira, este post do Blog da POUPEX reúne respostas para perguntas importantes sobre o tema, de forma a auxiliar no planejamento financeiro consciente e sustentável. 

O que é a previdência complementar? 

Daniel Pereira

Também chamada de previdência privada, essa é uma modalidade de investimento que garante ao contribuinte uma renda extra na aposentadoria. Tal regime é facultativo e desvinculado da previdência pública. 

“É, em outras palavras, um complemento à Previdência Social, proporcionando uma camada adicional de segurança financeira”, define Daniel, que também é professor no MBA sobre previdência complementar da Fundação Getulio Vargas (FGV). 

Como funciona? 

A lógica é simples: acumular periodicamente para depois resgatar. O dinheiro rende juros compostos e, quanto maior o tempo de contribuição, melhor.  

Ou seja, é um investimento de longo prazo, em que o foco está no futuro, com o objetivo de garantir tranquilidade e bem-estar e ser o grande aliado da aposentadoria. 

Um exemplo prático: se você começar hoje a poupar R$ 100 todos os meses, em 20 anos terá R$ 24 mil, certo? Não! Esse seria o valor correto se o dinheiro não fosse investido e ficasse parado dentro de casa. Se a quantia for destinada a um investimento, ela será muito maior em duas décadas. Suponha uma taxa de juros compostos de 1% ao mês: no momento de resgatar o montante, haveria algo em torno de R$ 100 mil.  

Por isso, aposentadoria e juros compostos têm tudo a ver! 

“O ideal é que aproveitemos a maravilha dos juros compostos ainda na juventude, pois faz uma grande diferença depois de alguns anos de disciplina financeira. Porém, mesmo para aqueles que começaram a pensar tardiamente no planejamento da aposentadoria, a previdência privada continua sendo uma excelente aliada”, destaca o consultor.  

“Manter a regularidade nas aplicações é fundamental para garantir um futuro financeiramente estável”, acrescenta Daniel. 

Disciplina e longevidade – qual é a importância da previdência complementar nessa fórmula? 

A expectativa de vida no país está aumentando. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), um em cada quatro brasileiros terá 65 anos de idade em 2060.  

Com a população mais velha, o poder público enfrenta mais dificuldade para pagar os mesmos valores de aposentadorias.  

A previdência complementar, então, ajuda a compensar a inevitável redução nesses valores. Ela é interessante para uma visão de futuro pessoal, independentemente da situação econômica brasileira e de decisões políticas sobre a Previdência Social. 

“É preciso ter consciência — seja qual for a idade – de que a longevidade é real e deve ser pensada o quanto antes pelo trabalhador. O futuro é incerto, mas se podemos ser previdentes, é melhor”, afirma o especialista, que também é autor do livro Construindo o Futuro da Previdência Complementar – Uma abordagem atuarial prática para fundos de pensão

Quais as vantagens desse regime? 

A previdência complementar apresenta uma série de benefícios que a tornam uma opção financeiramente atrativa para o planejamento da aposentadoria. 

Ela funciona como um incentivo à cultura de poupança, “forçando” o beneficiário a criar uma rotina de economia. 

Outro destaque é a flexibilidade, já que os indivíduos podem escolher entre diferentes tipos de planos que se ajustam a necessidades e objetivos específicos. 

“Além disso, os benefícios fiscais associados à previdência complementar podem resultar em economia significativa de impostos, aumentando o potencial de retorno financeiro”, destaca Daniel.  

Em resumo, a previdência complementar é uma opção valiosa para aqueles que desejam garantir um futuro financeiramente seguro, oferecendo segurança, benefícios fiscais e personalização no planejamento de aposentadoria. 

Tipos da previdência complementar 

Existem dois tipos principais de previdência complementar: o segmento aberto, comercializado por bancos e seguradoras, e o fechado, que são os chamados fundos de pensão. 

A previdência aberta pode ser contratada por qualquer pessoa e é operada por entidades que exercem suas atividades sempre com finalidade lucrativa. 

Já o segmento fechado é operado exclusivamente para grupos previamente selecionados, como membros de associações, sindicatos ou empresas. Esses fundos de pensão apresentam uma performance melhor, por não visarem ao lucro. 

Quais as diferenças em relação à previdência pública? 

A principal diferença entre a previdência complementar e a pública é que a primeira é opcional e depende do indivíduo, enquanto a segunda é obrigatória e vinculada a contribuições. 

Além disso, na previdência privada, não existe teto no valor do benefício, o que acontece na Previdência Social.

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